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1.2 testing...
1.2...
era uma vez uma rua...
uma rua que cantava
cantava e tocava
era um acordeonista!
um acordeonista de rua
que cantava e tocava
para a tristeza
para a felicidade
de quem por lá passava
tocava para alguém
alguém que se interessasse
alguém que lhe desse sustento
alguém a quem a sua musica encantasse!
então alguém passou
era uma senhora
uma senhora velhinha
mal via mas ouvia
e que agradável que era
que memórias lhe trazia
a musica do senhor acordeonista!
durante a melodia
mais alguém olhava
olhava e ouvia
enquanto ouvia pensava
que sentimento profundo move este velho musico?!
não vê mas sente
sente os olhares
os olhares de agrado
os olhares de desagrado
e os olhares da indiferença!
mas toca
toca convencido
toca com alma
toca com sentido!
mais alguém passou
passou e viu
viu
mas não ouviu!
o acordeonista pensou
não gostava de ver assim
motivado por não haver esperança
por não haver cura
conformado com aquilo que não tem
toca.
toca até não poder mais
até não ver mais
até não ouvir mais
sabendo que alguém
pelo menos alguém
há-de agradar.
o velho musico alimentado por memórias
faz voar melodias
melodias sopradas pelo vento
pelo vento voam longe
longe do toque
longe das gentes.
no entanto mais alguém passa
alguém indiferente
indiferente e desagradado
pensa enraivecido
"este malandro..!
a poluir a rua com melodias sujas..!
a enganar quem passa"
o acordeonista nada pensou
mais um a quem a sua música não agradou
após muitas melodias
na presença de mais um espectador
um espectador diferente
inocente
com um olhar incrédulo
incrédulo e contente
como se visse um brinquedo pela primeira vez!
com essa descoberta o senhor acordeonista
encontrara a sua razão
a razão da sua missão
alimentando-se mais uma vez
da alegria de alguém
então o acordeonista parou
respirou
posou a sua mão cansada
e terminou
seria altura de sair
sair da rua
da rua que cantava
cantava e tocava.
(textos e gravuras meus originais)
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